DA MARIMONDA, A MÃE-DA-MATA, NÃO SE DEVE FALAR
Quando Jacinto voltava cabisbaixo à sua chácara, encontrou-se com a velha Joana.
– Escuta, .lho, por que essa cara? – disse-lhe a velha ao cumprimentá-lo.
– Ah, nhá Joana – suspirou Jacinto –, é que hoje, quando eu fui buscar água pra regar minhas laranjeiras, vi que o rio estava seco. Não tinha nem uma gota d’água. Faz tanto tempo que não chove! Não sei o que fazer, nhá
– O rio estava seco, é? Mau sinal, .lho, mau sinal! – E a velha balançou a cabeça como se pressentisse calamidades.
– Mau sinal por que, nhá Joana?
– Pois olha, filho, tu é muito jovem e tu não sabe de nada. Mas eu te digo, que se o rio secou, é porque ela anda por aí e então... pobre de quem se encontrar com ela!
– Com ela quem? De quem é que vosmecê está falando, nhá Joana? - Jacinto estava muito assustado.
– É da Marimonda, a mãe-da-mata, filho. E de quem mais que ia ser? Mas eu não quero falar dela não. Não pode, .lho, dá azar. Só de pensar .co toda arrepiada. E vê se tu toma cuidado. Tu é um bom moço, Jacinto, tu não é como os outros, como esse tal de Runcho.
E a velha seguiu o seu caminho, apressada.
Jacinto sentiu imediatamente um calafrio percorrer-lhe a espinha. Lembrou-se, então, do Runcho Rincão. Já fazia tempo que esse sujeito derrubava árvores na cabeceira do rio, lá no alto do morro. Quando os lavradores perceberam, perguntaram-lhe por que fazia aquilo e ele explicou que os homens da serraria lhe pagavam pelas árvores que ele cortava. Serafim, o mais velho dos habitantes do povoado, advertiu-o então:
– Olha, Runcho, é melhor tu não fazer estrago na floresta que a Marimonda pode parecer.
Mas o Runcho não fez caso das palavras do velho e continuou destruindo todas as árvores que encontrava.
Pouco tempo depois, os lavradores começaram a notar que o rio descia com menos água e que cada vez ouviam-se menos os gritos dos papagaios e o conto dos melros nas matas.
A caminho de sua chácara, Jacinto continuou pensando no que fazer com os seus pezinhos de laranja recém-plantados, já que não tinha água para regá-los.
Começava a escurecer e detrás do morro despontava uma lua redonda e amarela. Tal era a sua preocupação, que nem se deu conta do alvoroço que o seu cãozinho Canijo fez ao vê-lo. Mas logo percebeu que o animal estava muito inquieto: grunhia, ladrava, cercava o dono e mordia as suas calças, tentando conduzi-lo para o caminho que levava ao morro. Jacinto sentiu a angústia de Canijo e decidiu segui-lo. Depois de se benzer várias vezes, começou a subir, deixando-se guiar pelo cachorro, que não parava de ladrar e grunhir.
Pouco depois, ouviu um ruído: chuiss, chuiss, sibilava um facão derrubando mamonas, sarças e samambaias. De longe, Jacinto avistou o Runcho, que, aproveitando a escuridão, estava abrindo uma trilha até um lugar onde havia uns cedros enormes que ele desejava
derrubar. Com o vento, as folhas das árvores rangiam, dando a impressão de que estavam chorando.
De súbito, a lua se escondeu detrás de uma nuvem e Jacinto não conseguiu enxergar mais nada. Canijo parou. Cessou também o ruído do facão na folhagem. A escuridão e o silêncio dominaram a floresta e um resplendor surgiu no meio da mata espessa.
O Runcho, como que hipnotizado, deixou cair o facão e se levantou com os olhos fixos no resplendor, o qual pouco a pouco foi tomando a forma de uma bela mulher. Seus cabelos longos e escuros caíam-lhe sobre os ombros e cobriam-lhe todo o corpo. Seus olhos grandes e muito pretos lançavam centelhas de fogo e seus lábios delineavam um sorriso feroz. Uma voz repetia:
– Vem... vem... vem...
Tão logo o Runcho conseguiu tocar a mulher, esta soltou uma aguda gargalhada, que retumbou no silêncio da noite. Rápida como um raio, sacudiu a cabeça e imediatamente os seus longos cabelos se transformaram num espesso musgo pardacento e em grossos cipós que, como serpentes, enroscaram-se no pescoço, nos braços e nas pernas do moço.
Jacinto fechou os olhos. Seu coração saltava como louco e suas pernas pareciam estar cravadas na terra. Alguns instantes depois, ele ouviu novamente os latidos furiosos de Canijo e o ranger das folhas sacudidas pelo vento. Abriu os olhos e aproximou-se do Runcho. Estava morto. Um cipó apertava-lhe o pescoço e, ao seu lado, estendia-se um rastro de musgo pardacento que se perdia no matagal. Ao longe, começou-se a escutar a água do rio que voltava a correr.
Jacinto jamais disse nada a ninguém. Da Marimonda, a mãe-da-mata, não se deve falar.
Coletânea de contos de tradição oral. Contos de assombração.
Co-edição latino americana. São Paulo: Ática, 1988, 4a ed.
Maria Angula era uma menina alegre e viva, filha de um fazendeiro de Cayambe. Era louca por uma fofoca e vivia fazendo intrigas com os amigos para jogá-los uns contra os outros. Por isso tinha fama de leva-e-traz, linguaruda, e era chamada de moleca fofoqueira.
Assim viveu Maria Angula até os dezesseis anos, decidida a armar confusão entre os vizinhos, sem ter tempo para aprender a cuidar e a preparar Quando Maria Angula se casou, começaram os seus problemas. No primeiro dia, o marido pediu-lhe que fizesse uma sopa de pão com miúdos, mas ela não tinha a menor idéia de como prepará-la.
Queimando as mãos com uma mecha embebida em gordura, acendeu o carvão e levou ao fogo um caldeirão com água, sal e colorau,2 mas não conseguiu sair disso: não fazia idéia de como continuar.
Maria lembrou-se então de que na casa vizinha morava dona Mercedes, cozinheira de mão cheia, e, sem pensar duas vezes, correu até lá.
– Minha cara vizinha, por acaso a senhora sabe fazer sopa de pão com miúdos?
– Claro, dona Maria. É assim: primeiro coloca-se o pão de molho em uma xícara de leite, depois despeja-se este pão no caldo e, antes que ferva, acrescentam-se os miúdos.
– Só isso?
– Só, vizinha.
– Ah – disse Maria Angula –, mas isso eu já sabia!
E voou para a sua cozinha a fim de não esquecer a receita.
No dia seguinte, como o marido lhe pediu que fizesse um ensopado de batatas com toicinho, a história se repetiu:
– Dona Mercedes, a senhora sabe como se faz o ensopado de batatas com toicinho?
E como da outra vez, tão logo a sua boa amiga lhe deu todas as explicações, Maria Angula exclamou:
– Ah! É só? Mas isso eu já sabia! – E correu imediatamente para casa a fim de prepará-lo.
sobretudo para dar cor aos alimentos.
Como isso acontecia todas as manhãs, dona Mercedes acabou se enfezando. Maria Angula vinha sempre com a mesma história: “Ah, é assim que se faz o arroz com carneiro? Mas isso eu já sabia! Ah, é assim que se prepara a dobradinha? Mas isso eu já sabia!”. Por isso a mulher decidiu dar lhe uma lição e, no dia seguinte…
– Dona Mercedinha!
– O que deseja, dona Maria?
– Nada, querida, só que meu marido quer comer no jantar um caldo de tripas e bucho e eu…
– Ah, mas isso é fácil demais! – disse dona Mercedes. E antes que Maria Angula a interrompesse, continuou:
– Veja: vá ao cemitério levando um facão bem afiado. Depois espere chegar o último defunto do dia e, sem que ninguém a veja, retire as tripas e o estômago dele. Ao chegar em casa, lave-os muito bem e cozinhe-os com água, sal e cebolas. Depois que ferver uns dez minutos, acrescente alguns grãos de amendoim e está pronto. É o prato mais saboroso que existe.
– Ah! – disse como sempre Maria Angula. – É só? Mas isso eu já sabia!
E, num piscar de olhos, estava ela no cemitério, esperando pela chegada do defunto mais fresquinho. Quando já não havia mais ninguém por perto, dirigiu-se em silêncio à tumba escolhida. Tirou a terra que cobria o caixão, levantou a tampa e… Ali estava o pavoroso semblante do defunto! Teve ímpetos de fugir, mas o próprio medo a deteve ali. Tremendo dos pés à cabeça, pegou o facão e cravou-o uma, duas, três vezes na barriga do finado e, com desespero, arrancou-lhe as tripas e o estômago. Então voltou correndo para casa. Logo que conseguiu recuperar a calma, preparou a janta macabra que, sem saber, o marido comeu lambendo-se os beiços.
Nessa mesma noite, enquanto Maria Angula e o marido dormiam, escutaram-se uns gemidos nas redondezas. Ela acordou sobressaltada. O vento zumbia misteriosamente nas janelas, sacudindo-as, e de fora vinham uns ruídos muito estranhos, de meter medo a qualquer um.
De súbito, Maria Angula começou a ouvir um rangido nas escadas. Eram os passos de alguém que subia em direção ao seu quarto, com um andar dificultoso e retumbante, e que se deteve diante da porta. Fez-se um minuto eterno de silêncio e logo depois Maria Angula viu o resplendor fosforescente de um fantasma. Um grito surdo e prolongado paralisou-a.
– Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa sepultura!
Maria Angula sentou-se na cama, horrorizada, e, com os olhos esbugalhados de tanto medo, viu a porta se abrir, empurrada lentamente por essa figura luminosa e descarnada.
A mulher perdeu a fala. Ali, diante dela, estava o defunto, que avançava mostrando-lhe o seu semblante rígido e o seu ventre esvaziado.
– Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa sepultura!
Aterrorizada, escondeu-se debaixo das cobertas para não vê-lo, mas imediatamente sentiu umas mãos frias e ossudas puxarem-na pelas pernas e arrastarem-na gritando:
– Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa sepultura!
Quando Manuel acordou, não encontrou mais a esposa e, muito embora tenha procurado por ela em toda parte, jamais soube do seu paradeiro.
Gabriel Garcia Márquez
Chegamos a Arezzo pouco antes do meio-dia, e perdemos mais de duas horas buscando o castelo renascentista que o escritor venezuelano Miguel Ottero Silva havia comprado naquele rincão idílico da planície toscana. Era um domingo de princípios de agosto, ardente e buliçoso, e não era fácil encontrar alguém que soubesse alguma coisa nas ruas abarrotadas de turistas.
Após as muitas tentativas inúteis voltamos ao automóvel, abandonamos a cidade por um trilha de ciprestes sem indicações viárias e uma velha pastora de gansos indicou-nos com precisão onde estava o castelo. Antes de se despedir perguntou-nos se pensávamos dormir por lá, e respondemos, pois era o que tínhamos planejado, que só íamos almoçar.
Ainda bem – disse ela –, porque a casa é assombrada.
Minha esposa e eu, que não acreditamos em aparição do meio-dia, debochamos de sua credulidade. Mas nossos dois filhos, de nove e sete anos, ficaram alvoroçados com a idéia de conhecer um fantasma em pessoa.
Miguel Ottero Silva, que além de bom escritor era um anfitrião esplêndido e um comilão refinado, nos esperava com um almoço de nunca esquecer.
Como havia ficado tarde não tivemos tempo de conhecer o interior do castelo antes de sentarmos à mesa, mas seu aspecto, visto de fora, não tinha nada de pavoroso, e qualquer inquietação se dissipava com a visão completa da cidade vista do terraço florido onde almoçávamos. Era difícil acreditar que naquela colina de casas empoeiradas, onde mal cabiam noventa mil pessoas, houvessem nascido tantos homens de gênio perdurável. Ainda assim, Miguel Ottero Silva nos disse, com seu humor caribenho, que nenhum de tantos era o mais insigne de Arezzo.
O maior – sentenciou – foi Ludovico.
Assim, sem sobrenome, Ludovico, o grande senhor das artes e da guerra, que havia construído aquele castelo de sua desgraça, e de quem Miguel Ottero nos falou durante o almoço inteiro. Falou-nos de seu poder imenso, de seu amor contrariado e de sua morte espantosa. Contou-nos como foi que, num instante de loucura do coração, havia apunhalado sua dama no leito onde tinham acabado de se amar, e depois atiçara contra si mesmo seus ferozes cães de guerra, que o despedaçaram a dentadas. Garantiu-nos muito a sério que a partir da meia-noite o espectro de Ludovico perambulava pela casa em trevas, tentando conseguir sossego em seu purgatório de amor.
O castelo, na realidade, era imenso e sombrio. Mas em pleno dia, com o estômago cheio e o coração contente, o relato de Miguel só podia parecer outra de suas tantas brincadeiras para entreter seus convidados. Os oitenta e dois quartos que percorremos sem assombro depois da sesta tinham padecido de todo tipo de mudanças, graças aos seus donos sucessivos.
Miguel havia restaurado por completo o primeiro andar e tinha construído para si um dormitório moderno, com piso de mármore e instalações para sauna e cultura física, e o terraço de flores imensas onde havíamos almoçado. O segundo andar, que tinha sido mais usado no curso dos séculos, era uma sucessão de quartos sem nenhuma personalidade, com móveis de diferentes épocas abandonados à própria sorte. Mas no último andar era conservado um quarto imenso, por onde o tempo tinha esquecido de passar. Era o dormitório de Ludovico.
Foi um instante mágico. Lá estava a cama de cortinas bordadas com fios de ouro, e o cobre-leito de prodígios de passamanarias ainda enrugado pelo sangue seco da amante sacrificada. Estava a lareira com as cinzas geladas e o último tronco de lenha convertido em pedra, o armário com suas armas bem escovadas e o retrato a óleo do cavaleiro pensativo numa moldura de ouro, pintado por algum dos mestres florentinos que não teve a sorte de sobreviver ao seu tempo. No entanto, o que mais me impressionou foi o perfume de morangos recentes que permanecia estancado sem explicação possível no ambiente do dormitório.
Os dias de verão são longos e parcimoniosos na Toscana, e o horizonte se mantém em seu lugar até as nove da noite. Quando terminamos de conhecer o castelo, eram mais de cinco da tarde, mas Miguel insistiu em levar-nos para ver os afrescos de Piero della Francesca na igreja de São Francisco, depois tomamos um café com muita conversa debaixo das pérgulas da praça, e quando regressamos para buscar as maletas, encontramos a mesa posta.
Portanto, ficamos para o jantar.
Enquanto jantávamos, debaixo de um céu de malva com uma única estrela, as crianças acenderam algumas tochas na cozinha e foram explorar as trevas nos andares altos. Da mesa ouvíamos seus galopes de cavalos, errantes pelas escadarias, os lamentos das portas, os gritos felizes chamando Ludovico nos quartos tenebrosos. Foi deles a má idéia de ficarmos para dormir. Miguel Ottero Silva apoiou-os encantado e nós não tivemos a coragem civil de dizer não.
Ao contrário do que eu temia, dormimos muito bem, minha esposa e eu num dormitório do andar térreo e meus filhos no quarto contíguo. Ambos haviam sido modernizados e não tinham nada de tenebrosos. Enquanto tentava conseguir sono, contei os doze toques insones do relógio de pêndulo da sala e recordei a advertência pavorosa da pastora de gansos. Mas estávamos tão cansados que dormimos logo, num sono denso e contínuo, e despertei depois das sete com um sol esplêndido entre as trepadeiras da janela. Ao meu lado, minha esposa navegava no mar aprazível dos inocentes. “Que bobagem”, disse a mim mesmo, “alguém continuar acreditando em fantasmas nestes tempos.” Só então estremeci com o perfume de morangos recém-cortados, e vi a lareira com as cinzas frias e a última lenha convertida em pedra e o retrato do cavaleiro triste que nos olhava há três séculos por trás da moldura de ouro. Pois não estávamos na alcova do térreo onde havíamos deitado na noite anterior, e sim no dormitório de Ludovico, debaixo do dossel e das cortinas poeirentas e dos lençóis empapados ainda quentes de sua cama maldita.
A Dinastia de Strega
Vou contar a vocês uma história que aconteceu há muitos anos atrás, quando era menino. Eu devia ter por volta de nove anos quando tudo ocorreu.
Não fosse por isso, talvez minha vida não teria sido tão maravilhosa.
Talvez ela tivesse sido exatamente igual à de todos os meninos que moram em pequenos apartamentos, em grandes cidades poluídas e violentas.
Puxa, esqueci de me apresentar, meu nome é Rodrigo Freitas, tenho 97 anos e uma grande história para vocês. Na época em que isto tudo aconteceu, eu morava apenas com meu pai (minha mãe havia nos deixado, mas isso é outra história...).
Minha rotina era bastante comum, ia para a escola, voltava, almoçava, fazia minhas lições e depois brincava com meus amigos.
Tudo corria sem novidades, até que, numa tarde de tempestade, ventania e muito frio, encostou um grande caminhão à frente de nosso prédio. Não sei por que, mas naquele momento eu me encontrava sozinho no hall de entrada do prédio, e, com toda aquela chuva, duas pessoas desceram do caminhão e começaram a descarregá-lo. Caixas enormes, várias, móveis bem antigos e pesados. Quando eles se aproximaram, notei que se tratava de um homem, já bastante velho, e uma menina, que parecia ter a minha idade.
Eu fiquei feito bobo ali parado, não sei por quanto tempo, sem conseguir me mover, e não sei o que mais me espantou: se a maneira tranqüila com que eles descarregavam toda aquela mudança debaixo de tamanho temporal; se a maneira como eles carregavam aquelas estantes e baús enormes com tanta facilidade; se a aparência dos dois e o modo como estavam vestidos ou
se as coisas que eles traziam, tão velhas e diferentes. Eles não tinham sofá, geladeira, televisão, essas coisas tão fundamentais; mas, em compensação, tinham caixas e caixas de livros, enormes, potes de todos os tamanhos e cores, vassouras, caldeirões, e mais uma infinidade de objetos que pareciam ser realmente antigos.
A última coisa que a menina tirou do caminhão foi um gato, bastante gordo e peludo, que, ao passar por mim, miou e disse: “Olá!”. (Não é mentira! Eu realmente ouvi o gato falar!)
Foi então que percebi que havia ficado ali parado por tanto tempo, observando tudo, imóvel e embasbacado. Meu corpo estava todo dolorido e eu estava absolutamente confuso.
Peguei o elevador e fui para casa. Tomei um copo d’água, deitei no sofá e cheguei a duvidar de tudo o que tinha visto.
Aquilo tudo era muito estranho...
Será que eu havia sonhado? Será que estava maluco? Pode ser que realmente aquelas pessoas tinham entrado no prédio com todas aquelas coisas e eu tinha sido um bobo de estranhar.
Por que todo mundo tem que ser igual? Ter as mesmas coisas e tudo o mais?
É, não tinha nada de errado com aquelas pessoas!...
Eu ainda estava no meio desses pensamentos quando fui até a janela e pude ver no 13º andar uma luz acesa, naquele apartamento há tanto tempo fechado.
Forcei os olhos e vi uma movimentação lá dentro. Corri até o quarto de meu pai, subi no armário, abri o maleiro e peguei um binóculo. Voltei para a sala, apaguei a luz e fiquei bem escondidinho observando o 1313.
Foi quando pude ver a menina.........................................................................................
....................................................................(OS ALUNOS TERMINAM O TEXTO).
Texto elaborado pelas professoras Ana Paula, Eliana e Patrícia. Curso
de Formação de Alfabetizadores, 1997, Escola da Vila.